Resenha: Emperor Of Thorns - Mark Lawrence

Olá, pessoas!

Hoje é dia de falar do terceiro livro da Trilogia dos Espinhos, cuja leitura tanto me marcou como leitora. Vamos nessa?

Título: Emperor Of Thorns
Autor: Mark Lawrence
Editora: DarkSide Books
Ano da publicação: 2014
Nota: 4,75⭐

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Em Prince of Thorns, acompanhamos o sanguinário príncipe Honório Jorg Ancrath buscar vingança pela morte de sua mãe e de seu irmão (evento este objeto de barganha de seu próprio pai, por acordo político), enquanto o pequeno príncipe agonizava nos espinhos de uma roseira brava. Em King of Thorns, na plenitude de seus 15 anos, Rei Jorg quer se tornar imperador, enquanto eventos questionáveis o fazem ter contato com o Rei Morto – um ser inumano, aparentemente obcecado pelo príncipe dos espinhos e de crucial importância para o livro 03 explodir nossas mentes.

Em Emperor of Thorns, o clima da trilogia continua o mesmo – batalhas épicas, tiradas icônicas do pequeno Jorgy (agora com vinte anos), estratégias de guerra e muitas (MUITAS) mortes.

O foco narrativo também dá espaço para Chella, a necromante, e amplia ainda mais nossa visão da treta que está por vir (daquelas pesadas). As alternâncias de capítulo entre o presente de Jorg (enquanto sua guarda real o acompanha para a votação onde se elegerá o novo imperador do Império Destruído) e seu passado continuam muito boas e detalhadas. Conhecemos fatos ocultos das cicatrizes de Jorg (pesados e fatais) e conseguimos entender um pouco mais onde veio seu caráter sociopata.

No livro 03, Jorg amadurece. Mas isso não significa que ele se torna um herói. O que pra mim, no final, ficou mais do que claro. Quebra-se o clichê de anti-herói redimido, e aqui Jorg se torna ainda mais fatal – ele é terrivelmente mau, vingativo e implacável na ascensão pelo império. Capaz de amar, mas sem perder sua essência bestial, Jorg se tornou meu personagem favorito da vida. Adorei sua construção monstruosa/humana mas, ao mesmo tempo, fiquei triste por finalmente entendê-la. 

Nítido está que Jorg tem consciência do monstro que se tornou, e do quanto ele perdeu caso ele conseguisse se desvencilhar de seus espinhos.

"Todos nós carregamos as sementes de nossa própria destruição dentro de nós, todos nós arrastamos nossa história atrás de nós como correntes enferrujadas".

Em resumo, o final da saga foi épico. Algumas partes previsíveis para mim, mas outras ainda me roubam minutos de contemplação silenciosa. Não entrarei em detalhes para evitar spoiler, mas o encerramento da saga explodiu a minha cabeça.

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Ficou claro para mim que a Trilogia dos Espinhos é uma obra única e incomparável – muito além de uma simples dark fantasy, aqui também temos uma distopia tão perturbadora quanto em Black Mirror, em que os humanos sofrem mutações inimagináveis pelo avanço desenfreado da tecnologia, mesclando a temática com ficção científica de primeira e sutis toques de filosofia. Juro.

"Nós não podemos ser aprisionados pelo medo. As vidas vividas dentro de tais paredes são apenas mortes mais lentas".

Jorg é um personagem complexo, belo à sua maneira horrível de lidar com o próximo e consigo mesmo, tornando-se vilão não somente do Império Destruído, mas de sua própria história. Reconhecer isso me entristeceu – a culpa que ele carrega é tamanha que é capaz de guias seu caminho em desgraças inimagináveis. Quantas vezes nós, em nossa realidade tão simples, não fazemos isto também? Fiquei triste mesmo.

"Eu vi os momentos espalhados ao longo dos anos, crueldade, covardia, orgulho cruel, o fracasso, em cada momento, em ser o homem que eu poderia ter sido, um caminho repleto dos destroços das vidas que eu não tive a coragem de proteger ou de consertar."

Houve pontos que me incomodaram, como algumas pequenas pontas inexplicadas e uma cena ou outra descrita de forma confusa, que deixaram muitas perguntas a serem respondidas. Contudo, soube que o autor abordou outros detalhes do universo pós-apocaliptico do Império Destruído em sua nova série, uma espécie de spin off da Trilogia dos Espinhos (Prince of Fools), que eu certamente lerei.


Conclusão: eu amei o livro demais, amei a saga inteira, mas não consigo dar cinco estrelar por estes pequeninos “furos”. Se o autor de fato os preencheu em Prince of Fools, ficará mais do que perfeito.

A Trilogia dos Espinhos é dark, inovadora, complexa e cativante ao extremo, em todo o seu sangue e desgraça. 

Indico com louvor à amantes de enredos complexos, personagens de presença, temática medieval e ficção científica.

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